Metodologias Ativas na Unidades do Grupo Ped: Uma educação para não decorar. Um ensino para vida toda.
- cpd897
- 24 de abr.
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Acolher para tornar-se casa, espaço educacional que dá protagonismo aos seus estudantes. As unidades de ensino do grupo PED são espaços de acolhimento educacional para crianças, jovens e adolescentes, que estudam desde a Educação Infantil ao Ensino Médio. Criado a cerca de 40 anos atrás em Salvador, inicialmente chamado de “Educandário Pedacinho do Céu”, a rede se torna Grupo Ped em 2023 e busca desenvolver nos estudantes habilidades essenciais para os desafios do mundo contemporâneo.
Para alcançar tal objetivo, o Grupo Ped implementou em suas 18 unidades escolares espalhadas em seis estados brasileiros - Bahia (Salvador e Lauro de Freitas), São Paulo (capital), Minas Gerais, Paraná (Araucária), Brasília e Goiás - metodologias ativas de ensino, por meio de uma proposta pedagógica centrada no estudante e em sua autonomia intelectual, criativa e emocional. Metodologias que seguem as diretrizes pedagógicas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), do Internacional Curriculum Association (ICA) e International Early Years Curriculum Internacional (IEYC).
“Há cerca de 05 anos começamos um novo processo de perspectiva de ensino, pois acreditamos que o aluno não deve ser um mero receptor de conteúdo, mas sim um protagonista de sua aprendizagem. A abordagem por projetos e as metodologias ativas de ensino levam o estudante a investigar, experimentar e construir conhecimento de forma colaborativa e a refletir sobre o que aprende”, declara a diretora pedagógica do grupo Ped, Tana Paraíso.
O diretor CEO do Grupo PED, Nilson Paraíso, conta que a implementação das metodologias ativas nas unidades se iniciou ao perceber que as estruturas pedagógicas brasileiras estavam ultrapassadas. “Começamos com as metodologias ativas e de projetos na unidade Pituba. Foi um grande desafio, pois era muito novo para nós e, principalmente, para as famílias. Mas, logo de cara, percebemos uma vasta melhoria nas habilidades das crianças, que passaram a ter maior autonomia no processo de aprendizagem”.
Nilson Paraíso explica que o processo de escolarização é uma tríade - ensino, didática e aprendizagem - e que ela ocorre de forma independente a escola. “Sendo que, a didática é o elo entre os outros dois pontos e que, de alguma forma, promove o desenvolvimento de habilidades. Por isso, trazemos, posso até dizer que retomamos, com as metodologias ativas, que são tecnologias ancestrais de aprendizagem, que propõem a construção significativa do conhecimento”.
Para isso, é adotada uma série de estratégias que colocam o estudante no centro do processo, como o ensino por projetos, o uso de tecnologias educacionais, a resolução de problemas do cotidiano, jogos pedagógicos, oficinas criativas, trilhas investigativas e exposições interativas. Ao serem protagonistas no processo de aprender, os alunos se sentem valorizados, ouvidos e, principalmente, capazes — o que impacta positivamente na autoestima e no senso de pertencimento.
O aluno se sente parte do processo e não apenas receptor de conteúdo, se distancia da lógica tradicional de “decorar para repetir”. A memorização, quando ocorre, é consequência da compreensão e da vivência prática, e não da repetição mecânica. ‘Decorar’ é frágil, mas compreender e aplicar, como propõem as metodologias ativas, é duradouro. Além de respeitar os diferentes ritmos e estilos de aprendizagem, de promover a segurança emocional e reduzir a ansiedade diante dos desafios escolares.
As metodologias ativas promovem a coletividade do ensino e da aprendizagem, pois provoca a escuta ativa, o respeito às ideias do outro e o exercício do diálogo. A psicopedagoga Jéssica Henrique pontua que “não se trata de apagar a individualidade, mas de integrá-la à coletividade de forma consciente. A escola, nesse contexto, se torna um espaço de troca, pertencimento e construção coletiva do saber, preparando os estudantes para a vida em sociedade”.
Dentro de um sistema tradicional, o professor dá aula, depois ela passa atividade, a criança faz o dever, volta pra casa, corrige e segue. Já na aula invertida, um dos modelos da metodologia ativa, o aluno é estimulado a pesquisar e a ter uma vivência anterior com a temática - através de leituras, bate papo com familiares, entre outras práticas. Isso faz com que cada aluno traga seu ponto de vista e compartilhem, tornando a aprendizagem colaborativa.
A coordenadora pedagógica da unidade Ped education - Imbuí, Alana Ribeiro, destaca que - a partir da sua trajetória e das instituições em que trabalhou - nas abordagens de ensino mais clássicas/tradicionais, comumente chamadas de abordagens de performance, o foco está na transmissão de informações, no desempenho individual do aluno, o aprendizado é centralizado no professor, com atividades distantes do dia a dia dos alunos.
Já a abordagem ativa permite conexões reais com o mundo, incentivando o pensamento crítico, a colaboração, a autonomia e o desenvolvimento completo. “A Metodologia Ativa transfere o estudante de um estado de inércia para uma função fundamental e dinâmica em seu próprio crescimento. Ele é agente de seu aprendizado, engajando-se de maneira impactante nas escolhas, na formulação do saber e na solução de questões concretas”, explica Ribeiro.
Segundo José Moran (2015), um dos maiores incentivadores da aplicação das abordagens ativas no país, “o aluno absorve o conhecimento de maneira mais completa quando se sente emocionalmente ligado, quando participa ativamente da caminhada e quando identifica significado no que está assimilando”. Sob essa ótica, o professor age como um elo, um facilitador do saber, provendo amparo, instigando ponderações e produzindo cenários de aprendizado relevantes.
Interdisciplinaridade
A abordagem pedagógica STEAM (acrônimo para Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) é uma das principais ferramentas utilizadas pelo Grupo Ped para impulsionar as metodologias ativas. Ela parte de uma visão interdisciplinar e integrada do conhecimento, promovendo projetos que conectam diferentes áreas em torno da resolução de problemas reais ou da criação de soluções inovadoras.
No Grupo Ped, o STEAM se materializa em projetos que convidam os alunos a investigar, prototipar, testar hipóteses, aplicar conceitos científicos, utilizar ferramentas tecnológicas e expressar suas ideias através da arte. Trabalhar com STEAM não é apenas misturar disciplinas, mas criar contextos autênticos em que o estudante se torne um pensador criativo, colaborativo e resiliente.
As unidades adotam ainda a abordagem das Inteligências Múltiplas, do psicólogo estadunidense Howard Gardner, para desenvolver uma educação integral que reconhece e valoriza as diversas inteligências dos alunos (como lógica-matemática, linguística, espacial, musical, corporal-cinestésica, interpessoal e intrapessoal), promovendo um aprendizado completo e diversificado.
Por isso, as escolas contam, para além das salas de aulas integrativas e coletivas, com o Ateliê Ped Maker - para Robótica e Artes, Parque Infantil, Árvore de Leitura, Aulas de Música, Horta, Refeitório, Parques Infantis, Espaço de meditação, entre outros. Temos também o programa PedSports - as unidades contam com espaços para aulas de esportes e Quadra Poliesportiva - Futebol (conta com uma parceira com o FC Inter de Milão), Judô, Capoeira, Ginástica Rítmica, Futebol Americano (NFL Flag), Basquete (parceria com a NBA Bascketball School) e Ballet.
A metodologia de educação disruptiva e humanizada é fortalecida ainda através de alguns Programas, que buscam estimular o aprendizado das crianças e jovens, tais como: Lego Education - uma investigação prática dos conceitos STEAM; Programa de Intervenção Pedagógica, um acompanhamento personalizado para o desenvolvimento integral das habilidades de cada criança; o Educação Financeira, aulas para transformar o comportamento em relação ao consumo e ao uso consciente do dinheiro; entre outros.
Para impulsionar estas práticas, o mobiliário escolar também interfere no desenvolvimento delas. Afinal, se queremos que o aluno seja o ator principal no aprendizado, a escola tem que mostrar isso, com espaços que mudam fácil, cheios de vida e que juntam as pessoas. Com isso, os ambientes de aprendizado do Grupo PED são baseados em práticas educacionais da Finlândia e ateliês baseados na filosofia Reggio Emilia (Itália).
Nas unidades PED, em vez daquela sala de aula de sempre, com todo mundo olhando para o professor, os espaços têm móveis que se mexem, que servem para várias coisas e que se adaptam. “A abordagem Reggio Emilia é ótima para a educação infantil, pois vê o ambiente como um ‘terceiro educador’, junto com o adulto e a criança”, explica Alana Ribeiro, ao acrescentar que essas intervenções metodológicas mobiliárias são desenvolvidas em todas unidades PED.
Projeto x Performance
Vale pontuar que, os educadores são continuamente formados para atuar como mediadores e curadores de experiências significativas, o que fortalece a intencionalidade pedagógica e o vínculo com os alunos. Outro ponto fundamental é o papel da escuta ativa, presente em cada etapa dos processos de aprendizagem. Essa escuta qualifica o trabalho docente e possibilita uma construção conjunta entre professores, estudantes e famílias.
As abordagens pedagógicas de projeto e performance, embora diferentes em sua essência, podem e devem coexistir em uma proposta educativa contemporânea e transformadora, como é o caso da proposta do Grupo Ped. A abordagem de projeto pode culminar em uma performance, vice-versa. O segredo está no equilíbrio e na intencionalidade pedagógica de cada ação.
A abordagem por projetos é investigativa e processual. Já a abordagem por performance se estrutura mais fortemente em torno da apresentação pública de um conhecimento ou habilidade. É o caso de exposições, mostras culturais, feiras, peças teatrais, concertos ou desafios públicos. Ela desenvolve competências como oratória, organização, estética, empatia com o público e capacidade de defender ideias. Um exemplo marcante de performance no Grupo Ped é a FLIPED – Feira Literária da PED.
Além disso, um exemplo da soma projeto e performance é o da disciplina STEAM, que em 2025 traz como tema “Catástrofes Ambientais” — uma temática urgente e extremamente relevante para o contexto atual que o planeta enfrenta. Ao trabalhar com esse tema, proporcionamos aos estudantes uma oportunidade concreta de compreender as causas e consequências das ações humanas sobre o meio ambiente, desenvolvendo consciência socioambiental, pensamento crítico, empatia e criatividade para propor soluções sustentáveis.
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